quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Folha Online - novo layout e podcasts

A Folha Online lançou ontem (21) o novo layout da sua página na web e também acrescentou novidades no conteúdo, como os podcasts de alguns colunistas e boletins das notícias mais importantes do dia.

Em termos gerais o projeto gráfico não mudou tanto. Inclusive seguiu a antiga tendência de acompanhar o El País e o The Washington Post, o que acho ótimo. O layout ficou ainda mais comprido, respeitando a margem lateral - tendência de grandes jornais internacionais. O menu ficou na parte superior dividido em duas camadas. A disposição de fotos, manchetes, destaques também foi alterada. Uma coisa curiosa foi colocar o "+lidas" em uma segunda sessão do site, que é ao rolar para baixo. Pensava que fossem dar mais destaque.

Agora o que mais me interessou foi saber que Folha está mais multimídia. Agora os colunistas têm podcast. Gosto de acompanhar as notícias via colunistas já que acabamos criando uma espécie de relação com as informações e compreendemos melhor o ponto de vista deles. Em áudio esse "diálogo" fica ainda melhor. Corri logo para escutar a novidade, porém duas coisas não me agradaram:

  1. Não podemos assinar os podcasts e recebê-los via iTunes, por exemplo. Então todos os dias devo ir ao site e escutar as colunas lá??? Essa modelo já está ultrapassado.
  2. Os podcasts estão todos na mesma página, sem uma ordem bacana. Vou ser ousado e dar uma opinião: os podcasts deveriam estar em páginas personalizadas dos colunistas. Isso organizaria melhor e daria a opção dos visitantes acompanharem os programas anteriores. Inclusive acho que o modelo de colunas da Folha poderia ser como o do Globo Online - em formato de blog mesmo, mas não seria necessário atualizá-lo como um.

Enfim, leia a própria explicação da Folha sobre o novo layout.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Desastres ambientais são ainda piores em áreas pobres

Foto: Andres Leighton/Associated Press

Em apenas uma semana, dois acontecimentos ambientais fizeram o mundo relembrar que a situação climática continua em cheque. O terremoto de oito graus na escala Richter que atingiu o Peru na última quarta-feira (15), deixando até então 503 mortos, e o furação Dean, de nível quatro dos cinco possíveis, que atingiu o Golfo do México, nos fazem relembrar das tragédias de 2004 e 2005: o tsunami na Ásia e os furacões Katrina, Rita e Wilma no Golfo do México, respectivamente.

Ao menos 200.000 pessoas morreram no terremoto e tsunamis que sacudiram países do sudeste asiático. E os furacões de 2005, no Golfo do México, causaram dois mil mortos e prejuízo de mais de US$ 100 bilhões.

Os desastres que aconteceram esta semana não devem entrar na lista dos piores da história, porém servem para refletir outro aspecto: o que mata mais não são somente os desastres, mas sim a pobreza e a falta de infra-estrutura das regiões afetadas.

Na Ásia, o grande número de mortos não foi imediato. Ele cresceu ao longo do tempo por causa das doenças provocadas pela invasão das águas marinhas, que se misturaram à dos esgotos danificados pelo impacto, o que desencadeou rapidamente epidemias de leptospirose, diarréias e outras doenças transmissíveis pela água.

Fato semelhante aconteceu no país mais rico do mundo, porém em um dos estados mais pobre dele. A região metropolitana de New Orleans, em Louisiana - EUA, foi inundada deixando cerca de 200 mil casas debaixo d'água e danos no sistema de abastecimento sanitário e de esgoto, obrigando a população se abrigar em estados vizinhos, mesmo contra vontade, pois alegavam que iam perder suas casas e bens.


Foto: David Rochkind for The New York Times

Esta semana, o terremoto no Peru e a passagem do furacão Dean em países da América Central nos alerta novamente para o perigo que comunidades pobrem sofrem ao conviverem com os desastres ambientais.

Segundo informações da Folha de São Paulo, mesmo com a chegada dos ventos fortes na Jamaica e do apelo da primeira-ministra jamaicana, Portia Simpson Miller, a população dos bairros mais pobres, como Kingston, se recusou a ir aos abrigos montados pelo governo. As pessoas preferem ficar em suas casas por medo de que elas fossem saqueadas. “Tem muito crime em Kingston, eu não vou deixar a minha casa", disse Paul Lyn, um morador. Dos mil abrigos oferecidos, apenas 47 foram utilizados.

No Peru, a cidade de Pisco, foi a mais atingida pelo terremoto. Por coincidências ou não, a região tem pouca infra-estrutura. 85% das casas foram destruídas, segundo a Associated Press. Segundo a Defesa Civil do Peru (Indeci), em seu último balanço, publicado na segunda-feira às 14h (16h em Brasília), o número de mortos era de 503 mortos e 1.039 feridos.

O furacão Dean ainda está em plena atividade e se movimenta com ventos de 265 km/h. Ele deve atingir o México na manhã de terça-feira (21). Só espero que o toque de recolher e as políticas emergênciais surtam efeitos e que não precisemos alertar para mais uma comunidade que sofre.